ERICEIRA
"A Ericeira está para além das expectativas de quem a não conhece"
Deslumbrantes paisagens de mar que se avistam de vários miradouros românticos (das Ribas, das Furnas, do caminho pedonal para a praia do Lisandro, de S. Sebastião, etc.) que nos permitem contemplar com desvelado sentido poético a lua, o pôr-do-sol, as perigosas falésias e a ondulação encrespada do bravio oceano Atlântico.
Vale a pena, sem dúvida, experimentar o "sabor" admirável desta sinfonia marítima, com tons de vento refrescante, que orla o gracioso casario que se presta à fotogenia pela sua beleza arrebatadora.
UMA GRANDE JANELA SOBRE O MAR
Reza a lenda que o nome Ericeira significa, na origem "terra de ouriços", devido aos numerosos ouriços do mar que abundavam nas suas praias. No entanto, investigações mais recentes apontam o ouriço cacheiro e não o do mar como inspirador do nome.
A história da Ericeira remonta a cerca de 1000 a.c.. O seu primeiro foral data de 1229 concedido pelo então Grão-Mestre da Ordem de Aviz, Dom Frei Fernão Rodrigues Monteiro, que assim instituiu o concelho da Ericeira.
É na carta de foral que surgem as primeiras referências aos pescadores da Ericeira, estando bem presente o cuidado do legislador em acautelar os direitos e deveres dos que se encontravam sujeitos às tutelas dos donatários:"(...) Quanto aos pescadores, deem a vigésima parte do pescado que matarem no mar. De doze peixes, levem um para conduto antes de darem a vigésima parte, e se matarem congro, comam-no. Do pescado que encontrarem morto, não paguem foro. De baleia, deem a vigésima parte. De toninhas e delfins sem impedimento, em ocasiões de fome (...)".
Em 1855, na sequência de uma reordenação administrativa do território, a Ericeira deixou de ser concelho para ficar na dependência de Mafra, sede concelhia até aos dias de hoje.
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A fuga do rei
O episódio da fuga de D. Manuel II para o exílio, da Praia dos Pescadores, na Ericeira, tornou-se num marco da história da vila no último século. Eram cerca das 15 horas do dia 5 de Outubro de 1910 quando D. Manuel II, então com vinte anos, acompanhado da mãe, a rainha D. Amélia e da avó, a Rainha D. Maria Pia, vindos de Mafra, surgiram de automóvel na vila para embarcarem no Iate D. Amélia, fugidos da revolução republicana que estalara na véspera em Lisboa. Os pormenores do que se passou naquele dia na Ericeira são-nos relatados por Júlio Ivo, presidente da Câmara Municipal de Mafra no tempo de Sidónio Pais, e que em 1928 inquiriu a população da vila:"(...) os automóveis pararam e apeou-se a família real, seguindo da rua do Norte para a rua de Baixo, pela estreita travessa que liga as duas ruas, em frente quase da travessa da Estrela (...) Ao entrar na rua de Baixo, a Família Real ia na seguinte ordem: na frente El-Rei D. Manuel; a seguir, D. Maria Pia, depois, D. Amélia (...) El-Rei e quem os acompanhava subiram para a barca, valendo-se de caixotes e cestos de peixe (...) O sinaleiro fez sinal com o chapéu, e a primeira barca, Bomfim, levando a bandeira azul e branca na popa, entrou na água e seguiu a remos, conduzindo El-Rei (...)
A afluência nas ribas era imensa. Tudo silencioso, mas de muitos olhos corriam lágrimas (...) El-Rei ia muito pálido, D. Amélia com ânimo, D. Maria Pia, acabrunhada (...) Ainda as barcas não tinham atracado ao iate, apareceu na vila, vindo do lado de Sintra, um automóvel com revolucionários civis, armados de carabinas e munidos de bombas, que disseram ser para atirar para a praia se tivessem chegado a tempo do embarque (...)".
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Mafra (aprox. 15 min.)
Sintra (aprox. 35 min.)
Lisboa (aprox. 45 min.)
Óbidos (aprox. 1 h)